O que diferencia os Zés?

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José Mourinho e Manuel José. O que terão estes dois senhores em comum? O nome, a profissão, prestígio internacional, conquistas (de ligas de campeões, inclusive). Mas porque será José Mourinho Special e Manuel José não? O simples facto de Mourinho ganhar no mediático e industrial futebol europeu faz toda a diferença, mas há muito mais para além disso.  

Centremo-nos no discurso. Ouvir Mourinho numa conferência de imprensa, ou numa entrevista mais particular, é sempre excitante. Basta recordar os momentos de apresentação aos media, aquando das chegadas ao Porto, Chelsea e Inter. “Tenho a certeza de que seremos campeões nacionais na próxima época”; “I’m a special one” ou “Non sono un pirla” foram expressões marcantes, que criaram enorme frisson. Mourinho tem e cultiva um tom de desafio e de confiança extrema, mas dificilmente cai no ridículo. Fá-lo com charme e pose.

Por seu lado, Manuel José promove imperativamente um discurso de avareza, de ‘bota abaixo’, de mesquinhez. Faz acusações que deixa por meias palavras, oferece os seus serviços, com uma postura despropositadamente altiva, para treinar em Portugal. Sempre que os holofotes se viram para a sua pessoa, ou seja, quando os seus feitos o justificam, como a recente conquista da Liga dos Campeões Africanos, pelo Al-Ahly, o ex-treinador do Benfica, Marítimo e Boavista aproveita para lançar farpas em vários quadrantes.

“Com Pinto da Costa à frente do FC Porto, nem morto”; “Estava tudo montado para Carlos Queiroz ser o seleccionador”; “Eu sabia que não ia ser seleccionador, porque sei o que se passa no futebol português, quais são as ligações que existem, os rabos-de-palha”, foram algumas das últimas ‘profecias’ do tetra campeão africano de clubes. Penoso, deprimente.

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